18/12/2009

No ballet so conseguimos a perfeicão quando atingimos o ápice da brutalidade.
Deve-se sentir todos os nervos e tendões latejando, esticando, se transformando.
Sabemos que está dando certo quando dói, quando involuntariamente gritamos por dentro.
Para ai sim, se tornar suave.
O homem desde sempre imita a natureza e os animais.
Cria-se aviões, pés-de-pato, binóculos, liquidificadores.
Ainda bem que a tecnologia se supera cada vez mais.
Mas no ballet, estamos tão despidos dela, que temos de criar asas para voar, a leveza e a flexibilidade de um invertebrado, a agilidade da raposa.
Cabeça, cabeça, cabeça.
Não temos parafusos nem baterias, mas pulamos exaustivamente, até que os pulmões não deêm conta, até que os pés não consigam mais servir de apoio, até que a coluna faça força para se curvar. E ainda sim, conseguimos