Sinto-me bem.
Gosto de pensar em valores. Não falo dos valores que se materializam, no qual empilham em cofres ou naquele em que os homens enlouquecem fazendo transferências no banco.
Quando eu digo "valor", eu falo daquela palavra bruta, que deriva do latim.
"Valorem".
É uma coisa muito simples. Te trás uma felicidade instantânea quando você atinge a sinceridade absoluta, a mais pura da sua razão. Quando você deixa de querer provar algo.
Perceba, não cito "não se importar".
E isso não significa que você tem o poder de toda a razão do mundo.
É uma coisa tão pessoal e íntima, que chega a ser instransferível. Como te fazer perceber?
Eu não sei, mas sinto-me bem.
Não me sinto jovem nem velha.
Sou aquela que aprecia atinquários e acrílicos coloridos.
E assume isso com muita sutileza.
Porém, não aceito mais viver nesse canil onde o outro deve gritar para ser compreendido.
Onde se faz algo querendo receber outra coisa em troca;
ou pior, espera algo sem que nada se faça;
piorando mais ainda, não mereça e queira receber.
Sou aquela que quer paz.
Sou aquela que quer a verdade, e que não vai buscar mais por isso.
Eu espero que ela venha, porque sim, eu a desejo. Mas que chegue por si só.
Ela sabe o caminho, não precisa de cão-guia nem de instrutor.
Não tenho falta de esperança, não é um desacreditar.
É uma plenitude tão serena, que espero que não termine nunca.
É uma confiança no que eu sou tão forte, que atingi a resistência.
Não sei em que década me encaixarei, se tenho 15, ou 50 anos, mas algumas coisas posso afirmar.
Sei que sou lúcida, e esse talvez seja mesmo o ponto que coloque tudo a perder.