30/06/2010

na vida tudo é mesmo relativo.
um sopro no meio de um furacão não é nada
no coração
é tudo.

28/06/2010

sabe qual é meu maior sonho profundo? que existisse um aparelho com um botão que tivesse escrito "silêncio".
Apertaria antes que alguém começasse a querer arranjar confusão ainda de manhã, sol recém nascido, olhos ainda se abrindo
silêncio
antes que começasse a dar aquela sensação de que você não sabe absolutamente nada do mundo e do que ele é feito e como, dando vontade de parar tudo o que está fazendo, sentar no chão e recolher os joelhos
silêncio
antes que algum indivíduo terminasse uma frase que não faria sentido em lugar nenhum deste planeta, onde nenhuma lei federal permitiria que se fizesse o que foi dito
silêncio
antes que a dor termine, para que eu deixe ela arder em
silêncio

12/06/2010

Tudo no mundo começou com um sim. Uma molécula disse sim a outra molécula e nasceu a vida. Mas antes da pré-história havia a pré-história da pré-história e havia o nunca e havia o sim. Sempre houve. Não sei o quê, mas sei que o universo jamais começou. Clarice.

11/06/2010

Anaïs Nin...

"Um homem jamais pode entender o tipo de solidão que uma mulher experimenta. Um homem se deita sobre o útero da mulher apenas para se fortalecer, ele se nutre desta fusão, se ergue e vai ao mundo, a seu trabalho, a sua batalha, sua arte. Ele não é solitário. Ele é ocupado. A memória de nadar no líquido aminótico lhe dá energia, completude. A mulher pode ser ocupada também, mas ela se sente vazia. Sensualidade para ela não é apenas uma onda de prazer em que ela se banhou, uma carga elétrica de prazer no contato com outra. Quando o homem se deita sobre o útero dela, ela é preenchida, cada ato de amor, ter o homem dentro dela, um ato de nascer e renascer, carregar uma criança e carregar um homem. Toda vez que o homem deita em seu útero se renova no desejo de agir, de ser. Mas para uma mulher, o climax não é o nascimento, mas o momento em que o homem descansa dentro dela."

10/06/2010

"eu sinto que a vida super exige de mim"
em resposta: "na verdade é voce quem super exige da vida"
calei-me.
às vezes, a saudade de uma cor sem nome, um maravilhamento (como da primeira vez em que subi num Louboutin), uma tristeza abrupta, no frio metafísico ou no climático, na falta de palavras, recém-saída do ballet, quando me vejo andando de costas quando todos andam de frente, ou numa vergonha arisca, erubece-me o rosto. tenho um sangue que circula, que não coagula. circula com uma rapidez ferina, em resposta ao meio. e ao meu âmago. ainda bem. que não pare tão cedo...

08/06/2010

tenho um coração que bate
e sofro todas as noites.
como eu poderia dormir meu deus, com esse barulho que me estronda bem no peito?