“As pessoas têm medo das mudanças. Eu tenho medo que as coisas nunca mudem.” (Chico Buarque)
Para que ter asas se você não possui janelas? Arranquei-as das costas, e agora corro tentando compensar a gravidade que me impede o vôo. Raízes brotam do chão tentando me prender, mas paro para cortá-las e logo retorno ao ritmo. Raízes mofam, e eu preciso de vigor. O grito da mudança estoura a minha garganta, e o timbre assusta os que preferem o repouso. Constantemente me percebo rouca.
O meu maior medo é sentir o corpo fatigado porque tem tanta coisa no mundo que move e que faz rolar, que quem se acostuma não constrói nem desmorona, somente espera. Não me prenda nunca pois, existem vozes que nunca ouvi, ares que nunca respirei e perfumes que nunca senti que, às vezes apenas dois braços não dão conta dos abraços.
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om namah shivaya.