26/09/2011

Virginia Woolf certa vez discorreu sobre a medida. Uma medida certa, para que o homem reconhecesse seu lugar no mundo e não ultrapassasse a limítrofe entre a loucura e a lucidez, a inocência e a culpa, o bem e o mal, sendo assim, todos os seus extremos.
Portanto, estar dentro da Medida, com letra maiúscula e já por minha conta, é estar dentro dos segmentos premeditados por todos do seu entorno, desde pequeno. Pois há também os que fingem ou pensam alargá-la.
Dentro da medida, é possível percorrer as estradas dessa vida sem tropeções, ruídos ou alardes. A Medida está na última fileira das salas de aula, verificando os que acreditam estar a excedendo.
A Medida senta ao lado daquele que aprecia as dezenas variações de vinhos, desde o tinto suave ligeiramente amadeirado até o prosecco - mas eu prefiro champagne.
A Medida acompanha os que rastreiam caminhos já pisados e, não alçam o sucesso. Porque o mundo, infelizmente, tem por sua maioria, uma multidão de fracos. Então a Medida os veste, pois a uniformidade lhes convém.

Coincidentemente li, posteriormente, sobre uma menina que alargava todos seus uniformes da escola por sentir não caber mais ali. Mesmo que sua mãe lhe comprasse o maior tamanho possível, ela o esgarçava, instintivamente.
Até ai tudo bem, até porque o estiramento da malha trás o conforto. Mas, o que fazer quando se rasga o traje por inteiro?
O que quero dizer é que existem milhares de peças a serem experimentadas e, a maioria delas pode não lhe cair bem. É certo que diante de alguns olhos, a sua roupa possa lhes parecer humilde, grotesca ou aristocrática. Depende de quem a vê mas, primeiramente, de quem as veste. E essa é a premissa.
Para algo realmente lhe cair bem, é preciso despir-se.
Nenhuma nudez será castigada.