28/11/2011

Uma pessoa tola, daquela que carrega o caos dentro de si, de seu armário e o arrasta por onde quer que passe.
Para se arrumar, usa tempo suficiente para o ponteiro do relógio completar mais voltas do que deveria. Custa também, a paciência dos queridos, ao demorar encontrar seus pertences dentro de sua própria memória.
Dessa forma, ao deitar-se, já se angustia por saber o que terá de passar quando acordar. A desorganização das manhãs. Por isso, acorda duas horas antes do que precisa. Prefere o transtorno sereno à organização célere.

Certa vez resolveu anotar todos os respectivos lugares onde ficavam roupas, sapatos, cadernos, livros, fotografias, músicas, pares de meia e canetas.

Passou a encontrar tudo o que queria, no tempo certo, da maneira correta da melhor forma possível. A certeza passou a ser insuportável e, numa exímia disciplina, olhou-se no espelho e perguntou:

Onde eu fui parar?

Degustou o pior tipo de tolice possível. Estava mais desorganizada por dentro do que nunca.